sábado, 15 de fevereiro de 2014

Critica - Questão de Tempo

O que você faria se pudesse voltar no tempo? 

Quais lembranças você gostaria de reviver e quais situações gostaria de evitar?

Essas questões tão abrangentes que, ao mesmo tempo, conseguem ser tão específicas para cada um de nós, dão o tom para o belíssimo Questão de Tempo (About Time, 2013).

sábado, 2 de novembro de 2013

Critica - Thor: O Mundo Sombrio


Confesso, as previas de "Thor: O Mundo Sombrio" me deixaram empolgado. Afinal de contas, saímos de Os Vingadores contando os dias para que novas adaptações viessem logo aos cinemas.

Depositei muita esperança na sequência de Thor e tive meu coração perfurado por mil palitos de dente Gina.

Nesse filme, Thor está próximo de pacificar os Nove Reinos e se tornar rei, porém, Malekith, um antigo inimigo de Asgard, é despertado de seu sono pelo Éter, uma poderosíssima arma que esteve escondida por milênios, com o objetivo de trazer a escuridão para o Universo novamente.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Crítica - Os Miseráveis


Dramático, carregado de emoções e com raros momentos de alívio, Os Miseráveis (Les Misérables) é um filme intenso e que exige bastante do expectador em todos os seus 158 minutos.

Adaptado do romance homônimo de Victor Hugo publicado em 1862, Os Miseráveis conta a história de Jean Valjean (Hugh Jackman), que por 19 anos cumpriu pena por roubar um pão e tenta retomar uma vida digna após ser solto. Toda a história se desenvolve ao redor de Valjean, mostrando todas as vidas que são diretamente impactadas por suas ações.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Crítica - A Viagem


A tradução de um título nunca foi tão eficaz. A Viagem (Cloud Atlas), é uma confusão de ideias geniais na qual Tom Tykwer, Andy e Lana Wachowski tentam organizar de forma não linear seis histórias, que acontecem entre o século XIX até um futuro pós-apocaliptico algumas centenas de anos distantes de nós, que se conectam de alguma forma.

Na tentiva de ser um filme intrigante a ponto de almejar se tornar um clássico Sci-fi, A Viagem peca ao gerar nenhuma motivação para que os espectadores embarquem naquela saga. Na verdade, o desejo de assistí-lo até o fim vem do anseio de querer saber onde aquela tonelada de informações jogada na tela de forma prematura e confusa irá parar.

As histórias contadas são bem rasas se analisadas separadamente, sendo que a única intriga latente é tentar "achar" onde ela se interliga e qual sua influência com as demais.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Crítica - O Lado Bom da Vida



Loucura. Insensatez. Estado inevitável. Embalagem de iogurte inviolável.

O Lado Bom da Vida (Silver Linings Playbook) conta a história de Pat Solitano (Bradley Cooper), um cara que passa a ter sérios problemas mentais após um trauma em sua vida e que volta a morar com seus pais para tentar recuperar sua vida, incluindo sua ex-esposa. Paralelo a isso, Pat conhece alguém mais louco que ele, Tiffany (Jennifer Lawrence), que diante de toda aquela situação, tenta ajudá-lo em seu retorno à sanidade.

Uma história linda e bem contada, com atores criando uma química incrível, tem tudo para dar certo. E deu.

O Lado Bom da Vida aparenta ser um filme despretensioso em um primeiro instante, porém, conforme a trama avança, percebemos que o filme desenvolve conflitos bastante complexos mantendo, contudo, sua mensagem, que é simples e tocante. 

O diretor David O. Russell se mostra muito inteligente em suas escolhas. Abusando de planos sequência, alternando rapidamente entre primeiros planos e planos médios, além de praticamente escancarar a bipolaridade de Pat e a vergonha perante a sociedade de Tiffany (reparem como ela sempre se cobre com um sobretudo), Russell consegue que o espectador se sinta muito mais próximo àquela realidade vivida por Pat e Tiffany, fazendo com que tenhamos empatia pelas situações e emoções ali demonstradas. Todo o conflito dos dois protagonistas com seus familiares, amigos e vizinhos acabam que, por duas horas, sendo nossos conflitos, aflições, tristezas e alegrias.

Com atuações fortes, apesar de achar que Bradley Cooper só consegue ir bem em papéis malucos, aqui ele vai muitíssimo bem, criando uma química sensacional com Jennifer Lawrence, que também se mostra bastante correta em seu papel. E não preciso nem falar sobre Robert De Niro como Pat Sr. De Niro sempre acima da média!

Apesar de algumas escorregadas, como o desnecessário Chris Tucker, o roteiro mostra de maneira bem eficaz uma história onde ser louco ou normal depende apenas de um ponto de vista.

Qual o limite da loucura de apostas em jogos de futebol? Até aonde ser supersticioso pode ser considerado normal? Uma pessoa com tantos problemas pessoais que precisa se trancar em um porão para se acalmar é tão louca quanto uma que atira um livro pela janela de casa só por não concordar com o final?

Qual é o limite da loucura?

Essa é a pergunta que O Lado Bom da Vida enfiará tão fundo na sua cabeça a ponto de se tornar um dos filmes inesquecíveis na vida de todos nós.

Nota: 9,5/10

Crítica - Django Unchained




Escrito e dirigido por Quentin Tarantino , Django Unchained mostra toda a criatividade e genialidade de seu criador, mesclando na medida certa seu estilo com o de Sergio Leone, presenteando-nos com essa peça impecável da sétima arte.

Django Unchained é uma linda história de amor vivida por escravos negros, onde Django (Jamie Foxx) após ser separado de sua esposa Broomhilda (Kerry Washington) em um leilão de escravos, vê a chance de reencontrar sua amada após se deparar, de maneira bem peculiar, com o dentista alemão caçador de recompensas Dr. King Schultz (Christoph Waltz). Schultz, de alguma forma, enxerga em Django e sua cruzada amorosa, uma forma de agir positivamente na vida de alguém depois de tantos assassinatos lucrativos e o toma como aprendiz, repassando todo o conhecimento que um alemão dentista caçador de recompensas bem-sucedido nos EUA de 1858 pré Guerra Civil pode ter.

Com um roteiro mais do que interessante, Tarantino consegue prender a atenção do expectador do primeiro ao último minuto do filme, criando em seus três atos, ótimas motivações Django e seu tutor. Contudo, o filme poderia ter facilmente 30 minutos a menos, tornando-o mais dinâmico e intenso ainda. Mas isso não interfere no resultado final da obra. Além disso, Tarantino nos oferece a pista para nos dar a recompensa em vários momentos curtos, fazendo com que elas nos preparem, de forma gradativa e genial, aos pontos de virada do filme, refletindo isso até nas roupas utilizadas por Django em suas viagens e em Broomhilda nas suas visões.

Django Unchained não sente pena do expectador, e não quer que o expectador sinta pena dos personagens. Cruel, extremamente forte e corajoso, Django Unchained mostra que Tarantino não perdeu a mão do seu estilo e, ao melhor estilo Pulp Fiction, choca o público com imagens pesadas, insultos preconceituosos e muito mais, com a intenção de, não somente ter nossa curiosidade e sim, nossa a atenção.

Praticamente todos os atores estão impecáveis no filme, porém, Samuel L. Jackson, Leonardo DiCaprio, Jamie Foxx e principalmente Christoph Waltz destoam dos demais, mostrando um nível altíssimo de atuação. Junte isso aos ótimos personagens criados pela insanamente brilhante cabeça de Tarantino e temos a fórmula para um clássico.

A direção de arte e fotografia mantém o nível de todo o restante, retratando muito bem os EUA de 1858, desde a escolha perfeita dos figurinos, locações, com escolhas de luz, sempre atenta aos detalhes e utilizando, até como uma forma de homenagear os westerns, planos conjuntos e americanos magistralmente unindo-os com uma trilha sonora e uma edição de som incríveis, merecedores da indicação ao Oscar.

Tratando a escravidão de forma aberta e, em vários momentos, agressiva ao extremo, em Django Unchained, Tarantino só vem confirmar que realmente está entre os grandes cineastas de nossa época, conseguindo impor de forma magnífica em um faroeste,sua visão ensanguentada e cruel do mundo para nos contar uma das mais belas e dolorosas histórias de amor do cinema.

Nota: 9/10

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Crítica - Sombras da Noite



Tim Burton mantém em Sombras da Noite seu estilo peculiar de retratar temas sombrios de forma caricaturesca, dando prosseguimento com sua parceria com Johnny Depp, iniciada em Edward, Mãos de Tesoura, e retomada contundentemente com A Fantástica Fábrica de Chocolates.

Em Sombras da Noite, a direção de arte é bastante competente, retratando muito bem a dualidade entre os personagens Barnabas Collins (Johnny Depp) e Angelique Bouchard (Eva Green), e de suas épocas com os anos 70. Apesar de, em alguns momentos parecer preguiçosa, como ao exagerar de forma confusa nas cores azul, vermelho e branco e na maquiagem de Depp, a fotografia cumpre seu papel.

Porém, após poucos minutos, vemos que, apesar de todo o trabalho de arte, o roteiro (escrito pelo instável John August e o inexperiente Seth Grahame-Smith) é fraquíssimo, com motivações pobres que não se sustentam. Com isso, acabamos não nos importamos realmente com nenhum personagem, fazendo com que o segundo ato, todo baseado na reestruturação familiar dos Collins, seja maçante e arrastado, bem chato mesmo.

O filme, infelizmente acaba se resumindo em fazer piadas (a maioria sem graça) utilizando a confusão de Barnabas Collins que, após ficar quase dois séculos trancafiado em um caixão, acorda em 1972, em um mundo totalmente diferente daquele vivido no final do século 18.

Por se prolongar demais no segundo ato, as histórias se resolvem rápido demais no terceiro, com resoluções superficiais deixando muitas pontas soltas e fazendo com que o público fique bem confuso com tantas coisas acontecendo juntas em tão pouco espaço de tempo. 

Tim Burton chega ao absurdo de “sumir” com uma personagem por um tempo pelo fato de simplesmente não saber o que fazer com ela.

Apesar das ótimas atuações de Johnny Depp e Michelle Pfeiffer como Elizabeth Collins, e dos subaproveitados Jackie Earle Haley e Chloë Grace Moretz, Sombras da Noite mostra que, de nada adianta ter ótimos atores e diretores se o roteiro é ruim e principalmente, escrito de forma preguiçosa, apostando na superficialidade dos espectadores.

Tim Burton deveria analisar mais seriamente os roteiros dos seus próximos filmes. 

Nota: 3